13º CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS – O CONTEXTO DE INOVAÇÕES DISRUPTIVAS
Se tivesse que resumir em uma palavra o que achei da 13º Convenção Brasileira de Hospitais, nos dias 01 e 02/08/19, em Salvador, a palavra seria “inspirador”. É verdade que teve lá alguns momentos down, como foi o caso da palestra proferida por representantes ANS, em demonstrar os esforços para a construção de novos modelos de remuneração e sem sucesso… mas a grande maioria dos temas apontavam propostas arrojadas com aplicações práticas e com comprovação de resultados alcançados. Uma verdadeira viagem foi o a palestra ministrada por Eduardo Cordioli, Gerente Médico do Centro de Telemedicina do Hospital Albert Einsten, que mostrou na prática o funcionamento integrado da telemedicina, comprovando numericamente a melhoria dos resultados da assistência, da redução de custos, e o processo integrado médico-telemedicina para corrigir a má distribuições de médicos no Brasil, isto tudo comparando com o que já se faz no mundo e como estamos atrasados em nosso país. Foi curioso notar como os temas se integravam! No mesmo bloco, Paulo Salomão (Doutor em Informática em Saúde), apresentou uma plataforma centralizadora (a DATAOPERA) que permite congregar num único banco de dados, todos os dados de saúde dos pacientes, mesmo que armazenados em diferentes bancos de dados provenientes de diferentes prestadores com seus diferentes sistemas de gestão – e além de tudo, permitindo ao paciente o acesso ao seu próprio prontuário unificado, via aplicativos. Como se falou em prontuário eletrônico – diversas palestras trataram das vantagens do uso do PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) e ainda houve um bloco com 03 palestras tratando dos impactos jurídicos destas inovações (??!!), como Tereza Gutierrez da OAB/SP que tratou da nova lei que vigorará a partir de 16 de agosto de 2020, a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados e seus impactos aos prestadores de saúde, provocando um turbilhão de consentimentos informados do paciente (consentimento para permitir o PEP, consentimento para que profissionais na assistência possam usar o PEP, consentimento para o paciente permitir que seu PEP possa ser usado em estudos de casos, etc, etc, etc.). Minha maior reclamação é a de que haviam tantos temas ótimos sendo abordados ao mesmo tempo… Liderança, gestão entre vários outros temas atuais. Das que eu consegui assistir, uma abordagem comum à maioria dos palestrantes, tratava desta fase de mudanças rápidas, onde a obsolescência devora rapidamente empresas e profissões e que, particularmente para a saúde, temos tecnologias disruptivas que estão em aplicação no dia-a-dia com seus resultados mensurados e avaliados. Fiquei feliz de ver colegas gestores de hospitais e de operadoras de planos de saúde animados com o que foi apresentado. Agora é só torcer para que todos se mobilizem e vão para a prática!